sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Póquer: sorte ou habilidade?

Há quem defenda que o póquer é um jogo de azar, pessoalmente, não o considero como tal. Para mim não passa de um jogo de sorte, paciência e habilidade, onde esta última é preponderante. Sorte nas cartas que saem, paciência para esperar pelo timing certo e habilidade na forma de jogar.

Tudo o que afirmo é corroborado por um estudo que foi realizado nos EUA pelos doutores Detterman e Dedonno. Nele criaram-se dois grupos (um apenas para jogar e outro que foi instruído sobre estratégia e truques), que se defrontaram tanto em partidas curtas como longas. Como conclusão do estudo, os jogadores instruídos ganharam consideravelmente em relação aos restantes jogadores, denotando que isto foi mais visível nos jogos longos, pois tiveram oportunidade de pôr em prática o que tinham aprendido. Assim, pode-se afirmar que a sorte não é predominante no póquer, apenas serve de camuflagem ao facto de este ser um jogo de habilidade.

A nível quantitativo eu diria que o póquer é 10% de sorte, 20% de paciência e 70% de habilidade. Apenas 10% de sorte, única e simplesmente, porque não se podem controlar as cartas que saem, mas tudo o resto pode-se controlar e daí a habilidade ter uma quota de percentagem tão elevada.
Este controlo é exercido à medida que o jogo avança com as cartas de mão que se selecciona para jogar, como se jogam as cartas que saem, se avaliam os adversários em jogo, se elaboram estratégias, eliminam vícios e ganha disciplina, após isto quantas mais vezes as estratégias forem aplicadas, melhor será o desempenho pois saber-se-á melhor quando as aplicar. A habilidade de cada um advém do controlo destes vários factores e estamos muito mais entregues a ela do que à sorte/azar.

Obviamente existe alguma sorte, afinal de contas existem as estatísticas que, em caso de all-in, por vezes levam a que um jogador que estava estatisticamente em desvantagem ganhe a um jogador que se encontrava à partida estatisticamente com vantagem. Mas isto também se tem de analisar em perspectiva e é isto que torna o póquer bastante complexo, pois uma mesma decisão pode ser acertada num determinado momento e completamente errada noutro contexto.
No entanto, a verdade é que o tempo é um factor fundamental e quem joga assiduamente sabe que, a longo prazo, todos têm a mesma sorte, sendo esta filtrada da equação e restando apenas a habilidade de cada um. Sendo assim, é impossível um mau jogador vencer um bom jogador após vários jogos.

Para concluir este assunto, gostava apenas de referir que existem milhares de jogadores profissionais que vivem exclusivamente do póquer ao longo dos anos e que, caso este não fosse um jogo de habilidade, não seria possível explicar o facto de serem sempre os mesmos jogadores nas final tables. Não podemos considerar este tipo de pessoa como alguém que tem muita sorte.

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