segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Nicolau Copérnico e Galileu Galilei

Estava a empacotar livros para doar, quando encontrei os meus certificados referentes aos Cursos de Formação em Astronomia, que frequentei no Centro Ciência Viva de Constância. A nostalgia avivou-me memórias e encaminhou-me até aqui, ou não fosse o presente mês aquele em que nasceram os dois astrónomos que iniciaram a desmitificação da  Teoria Geocêntrica.

A astronomia moderna não nasceu de um dia para o outro, tendo o seu desenvolvimento implicado o desfazer de teorias filosóficas e religiosas profundamente enraizadas, nomeadamente, a Teoria Geocêntrica, dominante na consciência colectiva do povo cristão, até ao século XVI.
Nicolau Copérnico, nascido a 19 de Fevereiro de 1473, foi o grande impulsionador da mudança das mentalidades, a nível cosmológico, ao apresentar a Teoria Heliocêntrica. O heliocentrismo, toma o Sol como o centro do Universo, em torno do qual tudo se move, concebendo o Universo independente de Deus, como um sistema autónomo, explicando-se por si próprio e através de leis testadas pela experiência e formuladas matematicamente, deslocando-se o centro de gravitação da Terra para o Sol.
O heliocentrismo é claramente o primeiro sinal de ruptura na concepção do Universo, derrubando a tradição milenar da Terra como centro do Cosmos e operando aquilo a que se costuma apelidar de Revolução Copernicana. A sua teoria não dispõe, no entanto, de provas concretas para este modelo, tendo Copérnico utilizando apenas uma geometria simples para chegar às suas conclusões.
Foi Galileu Galilei, nascido a 15 de Fevereiro de 1564, que a corroborou com as suas descobertas, das quais destaco: a observação das luas de Júpiter (que, por orbitarem Júpiter, provam que existem corpos a orbitarem outros planetas que não a Terra), a constactação de que Vénus apresenta fases (tornando falso o Sistema Geocêntrico de Ptolomeu e provando que Vénus orbita o Sol) e a observação das manchas solares (que o fizeram aperceber-se da rotação do Sol).

Curiosidade: o lançamento da primeira obra de Galileu, “Sidereus Nuncius” (O mensageiro das estrelas), integralmente em português, ocorreu durante as comemorações do Ano Internacional da Astronomia, em 2009.

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A relíquia

Breve resumo

Teodorico vivia com uma velha tia, rica e temente a Deus. Para herdar a fortuna da sua tia, mostra-se falsamente devoto, pedindo-lhe que lhe financie uma peregrinação à Terra Santa, à qual a esta consente, pedindo-lhe que lhe traga uma recordação.
O sobrinho leviano parte e, na viagem, envolve-se com uma inglesa que, como recordação, dá-lhe um embrulho com a sua camisa de noite. Já de volta a Lisboa, Teodorico lembra-se do pedido da tia, tecendo uma coroa com ramos de um arbusto, que embrulhou e pôs na sua bagagem. Quando uma pobre mendiga pede-lhe esmola, este dá-lhe o embrulho que (pensava ele) continha a camisa, no entanto, já após ter relatado hipocritamente a sua viagem cheia de penitências e jejuns à tia e a uma audiência de sacerdotes e beatas, oferece o embrulho à sua tia, dizendo que este continha a coroa de espinhos e ficando todos espantados e insultados quando surge a camisa de noite da inglesa.
Este insólito episódio vale a Teodorico a expulsão de casa da tia e a perda da fortuna que ambicionava. Postumamente, apercebe-se que perdera a fortuna por falta de mais cinismo, pois se tivesse dito que aquela era a camisa de Santa Maria Madalena, teria ficado bem visto e herdado a fortuna,


Este romance é uma sátira humorística à hipocrisia (representada por Teodorico, o exemplo da nova geração) e ao fanatismo religioso (representado pela tia do protagonista). O auge da representação da hipocrisia faz-se no episódio final, quando em vez da coroa de espinhos, surge uma camisa de noite, perante um ambiente fervorosamente religioso. Eça exagera na utilização da ironia e da caricatura, sobretudo em relação às duas personagens mais relevantes, Teodorico e a sua tia, o que acaba por suavizar imenso a leitura.

As opiniões acerca desta obra são bastante desfavoráveis, principalmente se tivermos em conta a própria opinião do autor: "Este livro tem duas partes: a primeira é uma porcaria e a segunda é uma maçada". Outros críticos consideram-na: uma "experiência Malograda" e o seu enredo "vago, mal urdido, sem originalidade, quase inexistente".
Pessoalmente, considero que esta obra é de uma confusão absurda e excêntrica mais anormal do que se imagina, uma vez que há de tudo neste livro. No entanto, embora a história seja fantasiada, considero-a uma metáfora bastante actual, pois encontramos situações similares bastante reais nos dias que correm.

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Troque os Maias pela Meyer

Num acesso de genialidade e boa vontade, a FNAC lançou a campanha "A cultura renova-se", através da qual oferece um vale de cinco euros por cada livro, CD ou DVD usado que seja entregue, sendo que o fruto da recolha é destinado à AMI. Uma ideia agradável para a AMI e para os nossos bolsos, não fosse o facto de o slogan de campanha ser: "Troque os Maias pela Meyer”.

 O placard promocional "Troque os Maias pela Meyer"


A minha reacção imediata foi semelhante à de centenas de portugueses que associaram a esta frase uma desvalorização e um enorme desrespeito pela cultura e pelos autores nacionais, eu diria que considerei ultrajante e humilhante a comparação (e para tudo isto já chega o acordo ortográfico). Só depois notei que a mesma campanha indicava a troca da Pink! pelos Floyd e voltei a centrar-me na mensagem que a FNAC pretendia passar. Na verdade, o que se pretende é a troca por novos títulos e autores, porque as obras que são publicadas hoje devem ser tidas em conta, de forma a podermos descobrir os Eça dos tempos modernos.

Para além disto, no meio de toda esta história, o que mais me enfureceu foi o facto de centenas de pessoas partilharem a sua indignação e defenderem Eça de Queirós, como se do seu autor preferido se tratasse e, no entanto, nem um quarto destas leu “Os Maias” (ou se leu foi só o resumo porque o livro era de leitura obrigatória). Numa palavra: vergonhoso!

Eça ter-se-ia rido.

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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Amigos e/ou cupidos

No Dia de São Valentim os dias são soalheiros e bastante agradáveis devido às várias promoções (humm... eu queria dizer “à celebração do amor”), mas neste dia acontece sempre o mesmo: os solteiros são vistos como bichinhos solitários e, posteriormente, são incluídos em planos manhosos, engendrados por casais apaixonados, que visam a sua união a outra pessoa solteira.

Não percebo porque há uma têm tendência em todos se fazerem passar por cupidos, sempre que vêem um qualquer ser vivo sem companheiro(a). Nisto incluem-se as mães, as avós, as tias, a madrinha, a vizinha, a amiga da família, etc., mas pior do que qualquer uma das pessoas anteriormente referidas são os amigos. Estes dão a entender que possuímos uma qualquer dificuldade no campo amoroso e tornam-se propensos a tentativas de emparelhamento, principalmente juntando amigas dela com amigos dele. Parecem preocupar-se mais com o facto de estarmos solteiros do que nós próprios.

No que me diz respeito, não me tinha apercebido que me devia mostrar perturbada por estar sozinha e muito menos que precisava de ajuda, mas obrigado por se preocuparem tanto!

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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Acordo ortográfico

 
Vejo-me obrigada a concordar com Desidério Murcho, da Universidade Federal de Ouro Preto, quando este refere que  "as pretensas vantagens do acordo são como as vantagens de ter gnomos de barro no jardim: são decorativos". Para além disto, a verdade é que não existe qualquer impedimento ortográfico à presença de livros portugueses no Brasil e vice-versa (na biblioteca da ESSS, por exemplo, existem vários livros em português do Brasil e ninguém se queixa da ortografia).

 POR OPÇÃO, NÃO ESCREVO SEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO!

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