sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Troque os Maias pela Meyer

Num acesso de genialidade e boa vontade, a FNAC lançou a campanha "A cultura renova-se", através da qual oferece um vale de cinco euros por cada livro, CD ou DVD usado que seja entregue, sendo que o fruto da recolha é destinado à AMI. Uma ideia agradável para a AMI e para os nossos bolsos, não fosse o facto de o slogan de campanha ser: "Troque os Maias pela Meyer”.

 O placard promocional "Troque os Maias pela Meyer"


A minha reacção imediata foi semelhante à de centenas de portugueses que associaram a esta frase uma desvalorização e um enorme desrespeito pela cultura e pelos autores nacionais, eu diria que considerei ultrajante e humilhante a comparação (e para tudo isto já chega o acordo ortográfico). Só depois notei que a mesma campanha indicava a troca da Pink! pelos Floyd e voltei a centrar-me na mensagem que a FNAC pretendia passar. Na verdade, o que se pretende é a troca por novos títulos e autores, porque as obras que são publicadas hoje devem ser tidas em conta, de forma a podermos descobrir os Eça dos tempos modernos.

Para além disto, no meio de toda esta história, o que mais me enfureceu foi o facto de centenas de pessoas partilharem a sua indignação e defenderem Eça de Queirós, como se do seu autor preferido se tratasse e, no entanto, nem um quarto destas leu “Os Maias” (ou se leu foi só o resumo porque o livro era de leitura obrigatória). Numa palavra: vergonhoso!

Eça ter-se-ia rido.

4 comentários:

  1. O marketing funcionou!
    ...
    Aposto que os indignados nem se aperceberam do que estavam a fazer pela fnac.

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  2. Small Lady, foi uma excelente campanha já que ao fim de um par de horas metade da blogosfera e "facebookianos" tinham conhecimento da dia.

    Jorge, e gratuita!

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  3. Ah pois.
    ...
    Saiu barato!
    ...
    É como os teus colegas a preço low cost =D

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