terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Voto em branco NÃO É útil

Segundo a Constituição da República Portuguesa, um candidato para ser eleito necessita da maioria (50% + um) dos votos validamente expressos, ou seja, apenas são contabilizados os votos válidos, sendo excluídos os votos em branco e nulos.

Se os votos em branco não entram na contagem e não influenciam o resultado final da votação, é óbvio que votar em branco é inútil. Aliás, por esta ordem de ideias os votos em branco, exactamente por não serem contabilizados, acabam por favorecer o candidato dito "favorito", neste caso Cavaco Silva (para melhor perceber esta questão consulte este artigo de A. Xarim).

Tendo isto em conta não me faz sentido que se tenha apelado aos votos em branco, em sinal de protesto e para que Cavaco Silva não fosse reeleito à primeira volta, pois o valor que um voto em branco tem é zero. Faria-me mais sentido que se tivesse apelado ao voto num dos outros candidatos, pois só se Cavaco Silva não obtivesse a maioria teríamos uma segunda volta.

Na minha opinião, o nosso sistema de eleição devia ser repensado. Talvez fosse desejável alterar o nosso sistema de voto e torná-lo obrigatório; paralelamente a isto, o voto em branco deveria ser tornado útil, ou seja, devia começar a ser contabilizado, pois ao contrário do voto nulo demonstra uma vontade, a da abstenção consciente e contra o sistema, e qualquer pessoa deve ter direito a ela.

Se o voto fosse obrigatório e os votos em branco fossem contabilizados, acredito que alguns políticos iriam repensar a sua posição. Talvez aprendessem algo com isso e talvez percebessem que mais de metade da população portuguesa não se revê neles e nas suas acções.

15 comentários:

  1. Até percebo o que disseste, mas não concordo.
    ...
    Eu votei em branco para demonstrar que não gosto de nenhum deles!

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  2. Não sabia disso do voto em branco, mas queria ver quem quer fosse obrigar o pessoal a ir votar. Às tantas ainda era pior com a burocracia a falhar de forma colossal!

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  3. Quer queiramos quer não o voto em branco mesmo não sendo contabilizado já demonstra uma abstenção consciente, como você disse e bem. O mal encontra-se mesmo no facto de estes votos não serem consideramos válidos.

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  4. Acredito que a questão nestas eleições era só a de haver ou não segunda volta, porque o Cavaco ia ficar outra no poleiro. Quem quisesse contrariar a maioria na primeira volta só tinha era de votar contra ele e não em branco. Isto parece simples, não percebo como é que há pessoas que não percebem e votam em branco.

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  5. O VOTO EM BRANCO É UTIL E QUEM N SABE N FALA. É PIOR QUE OS POLÍTICOS A QUERER IMPOR A SUA VONTADE SÓ PQ N GOSTA DO ANÍBAL QUIZ METER TODA AGENTE A VOTAR EM OUTROS.

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  6. O meu voto pode não ter sido contado mas foi consciente!
    ...
    E cada um vota como quer.

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  7. Eu votei em consciência anti-cavaco e anti-alegre e não me arrependo. São os piores que lá estavam e foram quem teve mais votos. Não percebo.

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  8. Concordo consigo e realmente toda esta questão dos votos devia sofrer uma profunda análise, pois o sistema em vigor não está a "resultar" lá muito bem para o efeito e eu diria até que os políticos, eleitos ou não por maioria, estão em vias de perder o direito àquilo a que chamam de "legitimidade". Mas diga-me, como é que esses votos seriam expressos na Assembleia da República?

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  9. Não deixa de ser uma boa pergunta, Lourenço. É que toda esta questão dos votos brancos parece não fazer muito sentido mas a realidade é que também levanta muitas questões. Se calhar o melhor era redistribuir os votos pelos candidatos.

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  10. como as coisas tão mais vale nem la ir que isto é tudo uma fachada viciada.

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  11. Lourenço, concordo consigo e esta temática não é simples. Sugiro que a expressão na Assembleia da República seja através de lugares vazios, ou seja, no cálculo do número de deputados a abstenção seria vista como um partido.
    Uma coisa é certa: corríamos o risco de Portugal ter uma AR vazia.

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  12. Essa podia então ser uma boa forma de avaliar o desempenho dos nossos governantes. Talvez assim percebessem que realmente é o eleitorado que lhes dá direito a estarem lá e talvez assim se tornassem produtivos para manterem os ditos lugares. No entanto, isto não é realmente uma opção sob pena de todo o sistema colapsar.

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  13. Diminuir o número de deputados era ideia do Fernando Nobre :o

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  14. Estão a querer dizer o quê?
    ...
    Que os deputados iam arranjar lugar pela sua própria competencia?
    ...
    Em Portugal?
    ...
    O pessoal gosta é de cunhas.

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