quarta-feira, 7 de abril de 2010

Mariano Gago quer fechar cursos

Veio ontem a público pela voz do Sr. Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Mariano Gago), que 640 cursos vão fechar, ao longo dos próximos anos. Ainda pelas palavras de Mariano Gago, a redução acima referida terá lugar “antes de qualquer processo externo de acreditação e avaliação".
Um assombro!

É com espanto que leio tais palavras, pois, embora seja leiga no que se refere a este tipo de processos de avaliação, não compreendo como se veda o acesso a um curso sem antes avaliar as suas mais-valias (qualidade cientifica, pedagógica, oportunidades de emprego). Ou será a avaliação destes cursos um acto meramente político e burocrático?
Tal afirmação leva-me a crer que há cursos, de escolas com menos dimensão e peso, que já se encontram condenados.

Sou de opinião que os cursos existentes devem traduzir o que o mercado de trabalho necessita em recursos humanos e conhecimento técnico, não só pelos fundos empregues pelo Estado ao Ensino Superior que agora se vêem mal canalizados, mas também pelo empenho dos próprios jovens que acabam por no fim das suas licenciaturas se depararem com uma afirmação profissional utópica, pois o mercado de trabalho não requer as suas habilitações.

É um facto que há cursos a mais, mas se este problema actualmente existe é devido, principalmente, à falta de auto-regulação por parte do Estado (facto que Mariano Gago se esqueceu de referenciar) e à má interpretação do Processo de Bolonha. Caso houvesse uma organização da legislação no que diz respeito a esta temática, não teria ocorrido uma proliferação de cursos, pois haveria um processo de avaliação dos mesmos antes da sua acreditação e não sendo necessários, como se vem agora a verificar, não seriam sequer abertos.

54 comentários:

  1. Estou incrédula. Sempre fui de opinião que existiam demasiados cursos no ensino superior mas não imaginava tantos. A culpa é do Estado e dos restantes abutres!
    E agora no que resultou o negócio do ensino? Desemprego e inadaptabilidade. Cada vez mais os cursos são mercadoria que ninguém quer.

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  2. Isto agora toda a gente já quer um canudo independentemente do que depois possam ou não fazer com ele.

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  3. E acontece porquê?
    ...
    Porque todos querem ter uma licenciatura!
    ...
    Gentinha pobre em espírito.

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  4. Realmente a avaliação parece ter sido apenas reduzido a um carimbo e uma assinatura, pelas próprias palavras do Ministro. Que Estado o nosso...

    Com o passar do tempo tornou-se óbvio que existem cursos superiores a mais, não só devido ao evidente negócio do ensino, mas também porque continua a ser prática recorrente os constantes "tachos".

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  5. A medida que Mariano Gago quer agora tomar peca por tardia!
    É um facto assumido por vários que existem cursos a mais e acho bem que fechem alguns cursos que revelaram não terem qualquer utilidade. Claro que não posso deixar de indagar: se não tiveram qualquer utilidade porque terão tido portaria?
    Não posso esquecer ainda que esta avaliação ao ser descurada coloca em causa muita coisa. Pergunto ainda, a respeito disso mesmo, de que serve a existência ou não da qualidade do ensino?

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  6. O negócio do ensino, a proliferação dos cursos, os "tachos, etc, são todos fruto da falta de regulação por parte da tutela!

    Célia, existem tantos cursos porque a avaliação (que agora o Sr. Ministro veio dizer que não será feita para concluírem quais os cursos a encerrar) também não foi feita para concluir se os ditos cursos deveriam abrir.

    Esta questão da avaliação levanta todo um conjunto de perguntas em relação à importância de determinadas qualidades e mais-valias do ensino que não deveriam ser descuradas.

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  7. António "Green" Évora9 de abril de 2010 às 23:33

    Pois a mim nada me tira da cabeça que a culpa disto é das escolas e do processo de bolonha.

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  8. Escolas tentam subsistir à conta das propinas, pois o Orçamento de Estado cada vez menos subsidia o Ensino Superior. Mas compreendo como o Processo de Bolonha possa ser causal neste problema.

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  9. Compreende? Eu ponho sérias dúvidas que o processo de Bolonha seja parte da origem do problema. Até porque Bolonha tem inúmeras falhas mas a criação deste tipo de situação.

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  10. Peço desculpa, eu queria dizer que não compreendo como pode Bolonha ser causal.
    Preocupa-me também a posição que a tutela tomou, mais uma vez, em relação aos pós-doutorados. Parece-me a mim que o Governo está com uma conduta suicida.

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  11. O negócio do ensino tinha de dar barraca! Mas também com cursos como a licenciatura em Informática na óptica do utilizador, não era difícil.
    E estes cursos existem porquê? Porque andaram a criar cursos por vaidade, incompetência de quem geria e pelo dinheiro das propinas.

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  12. Tal como a Célia já disse e bem as propinas têm-se mostrado essenciais para as universidades. Mas é um facto que se procurarmos, encontramos vários exemplos de cursos similares.

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  13. Olha este "Ciências da cozinha"!!

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  14. Relações Internacionais e Ciências da Política são exemplos disso mesmo, pois qualquer licenciado em Gestão, Direito ou Economia tem uma melhor formação e mais direccionada ao desempenho das mesmas funções.

    Sem ofensa, mas esses cursos fazem parte do leque de licenciaturas para alunos medíocres que, impossibilitados de entrar em qualquer um dos cursos referidos (ainda mais de os fazer), vêem o seu futuro aqui.

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  15. Sabe lá você o que diz. Mete-se para aqui a tecer opiniões, mas esquece-se que se entra em economia e gestão com média de 9,5, eu entrei para relações internacionais com 14!!

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  16. Com média menor o curso ainda rende mais que o teu!

    A não esquecer que há cursos que não servem para nada e outros que precisam de mais gente.

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  17. António "Green" Évora13 de abril de 2010 às 13:41

    E ainda lhe digo mais: esses cursos só servem para esses jovens e para darem emprego a professores do PSD e do CDS. E sim, pode crer que qualquer canudo tirado no ISEG ou no ISCET tem mais valor! A Célia veio com os pós-doutorados, sabe o que lhe digo? Ver para crer, porque esta história já a contaram o ano passado!

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  18. É necessária ainda uma reordenação das áreas científicas de formação que poderiam diminuir ainda mais os actuais 4900 cursos. Os exemplos que deu relativamente Relações Internacionais/Ciências da Política comparando-os com Gestão/Economia/Direito reflectem isso mesmo.

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  19. Há cursos que são iguais em tudo e só muda o nome. Não percebo. E depois não querem que haja tanta confusão na altura de escolher um curso.
    Pós-doutorados??

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  20. Mariano Gago fez saber que as bolsas de pós-doutoramento vão ser substituídas por contractos de trabalho, não esquecendo “a vontade de muitos quererem ser investigadores". Isto para mim não tem lógica, porque não há investigação em Portugal (e não nasce da noite para o dia) e porque não é viável passar de bolsas a contractos de trabalho.

    Esta medida em relação aos pós-doutorados não vem acrescentar muito ao que foi noticiado acerca de um ano atrás, mas que nunca se concretizou. Vamos a ver se é verdade ou apenas mais uma manobra politica se resultado prático.

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  21. Eu acho que não há quem contrate tanta gente e não é justo que seja o povo como sempre a pagar os laboratórios onde essa gente quer investigar!!

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  22. Uma bolsa destina-se a um trabalho de curta duração e elevado rendimento, logo mediante os projectos deve-se ou não investir. Quanto ao emprego, é óbvio que não há em Portugal uma cultura de investigação, logo emprego para estes senhores sim, mas onde e com que prejuízo?

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  23. Meus amigos, não existem empresas para contratar estas pessoas e não pode ser o povo, através do Estado, a financiar estes cérebros!
    De qualquer forma, só o tempo dirá se esta medida avança ou se é apenas teatro.

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  24. É um bom ponto de partida para melhorar as nossas condições de trabalho, mas as coisas continuam invertidas! Parece que tanto o ministro como as outras pessoas nos estão a fazer um favor ao deixar que investiguemos. É triste! Investigação é o futuro!

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  25. A investigação realmente é fundamental em ciências básicas, mas sem perspectiva de aplicação industrial a curto prazo ponho as minhas dúvidas na sua rentabilidade.

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  26. Essa visão parece-me limitada caro Lourenço. Não pode esquecer que a investigação é bastante benéfica e pode influenciar de forma positiva um conjunto bastante alargado de ciências.

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  27. Com gente desta não admira que não se assuma a investigação como uma profissão imprescindível para o desenvolvimento científico e tecnológico!!

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  28. Vamos com calma e sem ofensas!

    1º - Têm de se fechar cursos mas importa a forma como isso se faz.
    2º - Se é certo que a investigação é necessária, também é essencial uma gestão de recursos e a aplicação dos mesmos, tendo em conta a actual conjuntura económica e os interesses do país.

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  29. Não quero que fique com a impressão errada, mas acho que o timing não é o melhor porque a curto prazo não vamos ver resultados práticos.

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  30. Também acho que é capaz de ser secundário.
    ...
    Talvez um dia.
    ...
    Ou continuamos a depender do estrangeiro.

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  31. António "Green" Évora18 de abril de 2010 às 17:13

    Depender do estrangeiro também não é bem assim, cá também se faz, mas não é tanto. Não comparemos Portugal aos EUA, porque economia, política cultura, é tudo diferente.

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  32. Continuo a defender que o prejuízo é demasiado alto, no entanto, é obviamente necessária pelas múltiplas práticas na saúde, comodidade diária etc.

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  33. Continuo a defender que o prejuízo é demasiado alto, no entanto as experiências costumam ter praticabilidade. É um pouco ir à descoberta, algo em que não nos podemos agora aventurar muito, mas é benéfica sem dúvida.

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  34. Estão a arrastar a situação. Temos de investir e quanto mais depressa melhor! Só assim o pais vai para a frente!

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  35. Tudo aqui a discutir a investigação e provavelmente nada vai ser feito

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  36. No ano passado disseram o mesmo e nenhuma medida foi realmente tomada, o mais provável é suceder-se o mesmo este ano.

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  37. Estaremos cá para ver. Mas já merecemos melhores condições!

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  38. A maior parte dos cursos que estão abertos, alguns com 100 ou mais vaga, nem deviam estar abertos! Não há vazão no mercado de trabalho para determinadas profissões e isto é algo que tem, ou devia, de ser estudado.

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  39. Sou estagiário nas Nações Unidas, licenciado em Relações Internacionais (pré-Bolonha, por uma instituição nacional, pública e centenária) e mestrando em Estratégia na NYU. Obrigado por chamar medíocre a dezenas e dezenas de colegas meus, que estão colocados em várias profissões, desde militar a diplomata, passando por professor universitário e funcionário de departamento internacional de bancos.
    Substituímos, com larga vantagem, gente de Direito, Economia e Gestão (este sim, um curso inútil, já que o MBA é a verdadeira formação em gestão que pedem os mercados exigentes). Onde os de Direito nada sabem de Geopolítica e Estratégia, nós sabemos; onde os de economia falham ao acharem que a economia não é política, nós cremos nisso e acertamos (vide todas as implicações políticas de negócios em Portugal e até nos EUA); onde os idiotas de Gestão acham que tudo se resume a lucro, nós dizemos que as pessoas devem estar primeiro.
    Se não sabe do que fala, aprenda com quem sabe. Com efeito, o seu perfil diz tudo: a senhora é mesmo "silly" da cabeça, bem como profundamente preconceituosa e ignorante.

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  40. Os ânimos aquecem por aqui!
    ...
    Vais levar tau-tau :o
    ...
    Good luck!

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  41. Caro Manuel Veiga, a intenção não era ofender ninguém, mas acho que tem noção sobre qual a real percentagem de pessoas que se candidata a esse curso por primeira opção e que realmente exerce funções semelhantes às suas.
    O importante aqui, de qualquer forma, era salientar a importância existir um processo de avaliação para os cursos existentes e não esquecer essa mesma avaliação na altura de decidir quais os cursos que fecham.

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  42. Eu gostava era de saber onde anda o investimento na área de investigação, porque pouco ou nada se viu até agora. A situação de Portugal em relação à investigação continua igual, ou seja, somos um país que permanece retrogrado nesta área e em mais algumas. Que triste que é!

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  43. Até agora nada feito.
    ...
    Ficou a promessa, fazer que é bom que faça o próximo.
    ...
    Que raio de política esta que só vive de promessas.
    ...
    Que estupidez a do povo que ainda acredita e que mete sempre os mesmos no poleiro.

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  44. Vamos a ver se para a presidência não acontece o mesmo outra vez. Esta gente não aprende!

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  45. Esta gente do poder só mete o dinheiro onde não deve ou não há grande retorno e eu nem chego a perceber metade das coisas que eles fazem ou dizem que vão fazer. Não vi nada nem nos cursos nem na investigação e vamos lá a ver como correm as eleições.

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  46. Já dizia o outro...
    ...
    Eles falam, falam mas não dizem/FAZEM nada.

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  47. Não se viu estes senhores engravatados fazerem nada e nem vamos ver. Eles só sabem prometer!

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  48. O pior é que nem metade das promessas cumprem.
    ...
    Qualquer dia temos rei outra vez.

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  49. Não é a questão de fechar cursos só de os organizar e a investigação é dinheiro mal empregue se não tiverem um bom plano de base. FOGO! Monarquia? O Duque de Bragança é melhor que algum dos candidatos? Não estou contente com o provável vencedor, mas o duque também não é melhor.

    JDamas

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  50. Tenho de concordar com JDamas, a monarquia não é a solução para o nosso problema...

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  51. Não estava a dizer que era melhor ter um rei.
    ...
    Mas com o que tem acontecido e o descontentamento das pessoas qualquer dia até deixam a sra república.

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  52. Fecham de um lado, abrem do outro. Fechar por fechar mais valia tarem quietos!
    A monarquia não é solução. Ou será? Façam um referendo e logo vemos a vontade do povo (kidding).

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  53. fazer um referendo para? metade não la punha os pés.

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  54. Infelizmente é provável que tenha razão.

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