Estava a
empacotar livros para doar, quando encontrei os meus certificados referentes
aos Cursos de Formação em Astronomia, que frequentei no Centro Ciência Viva de
Constância. A nostalgia avivou-me memórias e encaminhou-me até aqui, ou não
fosse o presente mês aquele em que nasceram os
dois astrónomos que iniciaram a desmitificação da Teoria Geocêntrica.
A
astronomia moderna não nasceu de um dia para o outro, tendo o seu
desenvolvimento implicado o desfazer de teorias filosóficas e religiosas
profundamente enraizadas, nomeadamente, a Teoria Geocêntrica, dominante na
consciência colectiva do povo cristão, até ao século XVI.
Nicolau
Copérnico, nascido a 19 de Fevereiro de 1473, foi o grande impulsionador da
mudança das mentalidades, a nível cosmológico, ao apresentar a Teoria
Heliocêntrica. O heliocentrismo, toma
o Sol como o centro do Universo, em torno do qual tudo se move, concebendo o Universo independente
de Deus, como um sistema autónomo, explicando-se por si próprio e através
de leis testadas pela experiência e formuladas matematicamente, deslocando-se o centro de
gravitação da Terra para o Sol.
O heliocentrismo
é claramente o primeiro sinal de ruptura na concepção do Universo, derrubando a
tradição milenar da Terra como centro do Cosmos e operando aquilo a que se
costuma apelidar de Revolução
Copernicana. A sua teoria não dispõe, no entanto, de provas concretas
para este modelo, tendo Copérnico utilizando apenas uma geometria simples para
chegar às suas conclusões.
Foi Galileu Galilei, nascido a 15
de Fevereiro de 1564, que a
corroborou com as suas descobertas, das quais destaco: a observação das luas de Júpiter (que, por orbitarem Júpiter, provam que existem corpos
a orbitarem outros planetas que não a Terra), a
constactação de que Vénus apresenta fases (tornando
falso o Sistema Geocêntrico de Ptolomeu e provando que Vénus orbita o Sol) e a observação das manchas solares (que o fizeram aperceber-se da
rotação do Sol).
Curiosidade: o
lançamento da primeira obra de Galileu, “Sidereus
Nuncius” (O mensageiro das estrelas), integralmente
em português, ocorreu durante as comemorações do Ano Internacional da
Astronomia, em 2009.
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