sábado, 19 de junho de 2010

José Saramago

Rebelde, crítico, duro, frontal, idealista, controverso, polémico, comunista, humanista...

Devido a todas estas qualidades, aquele que foi um dos melhores escritores portugueses, teve alguns inimigos ao longo da sua vida a nível político – pelo veto à candidatura de “O Evangelho segundo Jesus Cristo” a Prémio Nobel e pelas suas intervenções públicas contra os EUA pela política de agressão, Israel pela ocupação dos territórios palestinianos e Cuba pela morte de opositores ao regime – e religioso – aquando da publicação de “O Evangelho segundo Jesus Cristo”, considerado ofensivo para a tradição católica portuguesa, e mais recentemente por o escritor afirmar que a Bíblia "um livro de maus costumes”.

Como escritor experimentou todos os géneros de literatura e foi vencedor do Prémio Camões (1995) e do Prémio Nobel (1998). Relativamente à sua escrita propriamente dita, que muitos referem ser um atentado à gramática, apenas me aprouve dizer que é um estilo único deste autor e que pode tornar a leitura algo difícil, devido às suas frases longas e aos poucos parágrafos.

Recomendo os seus livros pelos momentos reflexivos que proporciona, mas advirto que é necessária sensibilidade e pensamento crítico para conseguir apreciar uma grande parte da sua obra, do seu legado.

21 comentários:

  1. Construiu-se a ele mesmo enquanto homem e isso é de louvar! Feliz deve estar a igreja por se acabarem os ataques.

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  2. Ele tinha uma doença crónica?
    Só li o memorial do convento na escola e não gostei muito. Ontem os religiosos ficaram contentes e os que até gostam dele como escritor ficaram tristes.

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  3. Leucemia crónica e não, não só quem gostava dos livros, caro Jorge. Este é um daqueles homens que morreu, mas deixa uma grande obra e tinha ainda com toda a certeza muito para dizer.
    Tinha um grande sentido cívico, rompia com a hipocrisia, demonstrava coerência e é, por isso, uma grande perda para o que me deixa triste!

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  4. António "Green" Évora19 de junho de 2010 às 22:12

    Foi controverso, criticou e às vezes desprezou com arrogância, mas apesar de tudo era um grande escritor.

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  5. A Espanha faz 3 dias de luto, cá só fazemos 2.
    ...
    É uma vergonha!

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  6. Se calhar porque vivia em Espanha lol. Se era tão patriota porque é que estava lá?

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  7. Porque lhe vetaram a candidatura de um romance a Nobel.
    Por triste coincidência, estou a ler o Caim. Não será esquecido, pois já se imortalizou através das suas obras, mas é uma pena que nunca tenha recebido a devida homenagem. Parece que a RTP, a SIC e a TVI só se preocupam em homenagear os actores das suas novelas.

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  8. É triste, Lourenço. Até porque sempre foi um patriota e nem no tempo em que esteve em Espanha deixou de se preocupar e de intervir, na medida do que lhe era possível, com os assuntos do povo português.

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  9. Ainda estava eu no Brasil e já este Senhor era, para mim e para muitos do outro lado do Atlântico, uma referência literária. Que se continue a divulgar a sua obra que já reconhecida um pouco por todo o mundo.

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  10. Leia então Lobo Antunes, pois é provável que goste, embora seja um estilo um pouco diferente.
    Quanto ao facto de Saramago ser "um pouco" conhecido, tenho de discordar. A sua morte encheu cabeçalhos em todo o mundo e foram várias as figuras públicas, nacionais e internacionais, que lhe prestaram homenagem, nomeadamente os PMs da Espanha e França.

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  11. Depois de todas os livros magníficos ainda há quem acredite que o Nobel foi por ser comunista?
    Talvez agora, à boa maneira portuguesa, lhe façam uma estátua e prestem homenagem com biografias e etcs, afinal de contas já morreu.

    JF

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  12. Não gostava da forma dele escrever, mas ele sabia defender boas causas. É uma perda.

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  13. Ficámos todos mais pobres.
    ...
    Ficam os romances, os poemas, etc.
    ...
    Triste que não se fale muito deste tipo de pessoas enquanto estão vivas.
    ...
    A propósito do mundial, que dizer de Nelson Mandela?

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  14. Mais um nome que fica gravado na história da literatura. Esta é mais uma prova de que somos pequenos em tamanho, mas grandes em sabedoria!

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  15. António "Green" Évora23 de junho de 2010 às 10:15

    Somos grandes em sabedoria e em História. O melhor para manter viva a memória deste grande escritor é continuar a ler as suas Obras. É o que vou fazer em relação aos livros que ainda não li.

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  16. É a maior homenagem que lhe podemos prestar: continuar a lê-lo!

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  17. Um grande homem! Um grande escritor!

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  18. Um homem culto e "completo", com opinião sobre tudo. Faz falta aquele espírito crítico e sagaz.

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  19. Foi sem dúvida um homem polémico, mas foi sobretudo um Homem recto e coerente independentemente de muitos o considerarem louco.

    JDamas

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  20. Se ainda cá estivesse, com certeza teria alguma coisa a dizer sobre estas presidenciais em jeito de piada satírica.

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  21. Se ainda cá estivesse era vê-lo a fazer piadas irónicas à custa das presidenciais.

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